Os resíduos são uma consequência natural do nosso processo de consumo atual, seja na alimentação ou nos itens de lazer, acabamos gerando resíduos sólidos.
De acordo com a pesquisa What a Waste 2.0, do Grupo Banco Mundial, a expectativa de geração de resíduos para 2030 é de 2.59 bilhões de toneladas anuais, com um aumento de geração global para 3.40 bilhões de toneladas até 2050.
Os números reforçam a necessidade de atenção ao setor, que é responsável por gerir essa quantidade significativa de resíduos sólidos com suas consequências sociais e ambientais.
Na América Latina são geradas mais de 230 milhões de toneladas por ano em sua maior parte de resíduos orgânicos, que têm aterros sanitários como local de sua destinação final mais comum.
Para compreender o processo correto de coleta, transporte e destinação é necessário se atentar às ações globais e como os resíduos são tratados para encontrar resultados efetivos para o tratamento deles.
Geração de resíduos no mundo
De acordo com as pesquisas do Grupo Banco Mundial, o tipo de resíduo gerado tem relação com a classe social e por isso pode variar nos países desenvolvidos e em desenvolvimento.
A área com maior geração de resíduos é a industrial com mais de 12 quilos per capita a cada dia. Seguida das áreas de agricultura com mais de 3 quilos per capita e de construção com cerca de 1,60 quilo per capita.
Apesar do indicativo da área de produção de cada um desses resíduos, o resultado deles é diferente de acordo com o seu uso. Na perspectiva global, a maior parte dos resíduos consistem em resíduos orgânicos, com papel e papelão em segundo lugar.

Quando discutimos as mesmas métricas para a América Latina e o Caribe, é possível observar que 52% dos resíduos gerados são orgânicos, comparados a 44% da porcentagem global.
Além da categorização “outros”, a composição dos resíduos de papel, papelão e plástico também é expressiva.

Identificar a composição dos resíduos é um indicativo para o ciclo de consumo e para os processos de reaproveitamento e destinação final desses materiais.
Resíduos Sólidos Urbanos e a importância da reciclagem
Cenário do descarte de resíduos
Quando discutimos as condições de descarte dos resíduos, a perspectiva global indica que os meios mais utilizados são: 1. lixão a céu aberto, 2. aterro, 3. reciclagem.
A porcentagem de 33% para lixões é preocupante por sua característica de contaminação do solo e das águas, além do impacto ampliado das enchentes.

Quanto aos aterros, quando não há especificação não podemos afirmar que há garantia de solo não contaminado ou de emissão de gases. Já que, por essa categorização, não conseguimos identificar os processos realizados para minimizar os impactos causados.
A reciclagem tem o percentual significativo de iniciativa que contribui para a economia circular e para a diminuição dos impactos sociais e ambientais causados pelos resíduos.
Otimização da reciclagem de resíduos com o SISGR
Ao falar do cenário de América Latina e Caribe, encontramos dados diferentes para a disposição dos resíduos sólidos. Os meios mais utilizados são: 1. aterro sanitário, 2. lixão a céu aberto, 3. aterro controlado.

Os aterros sanitários são uma iniciativa que diminui o impacto no solo, na água e no ar dos resíduos dispostos no ambiente isolado em que ele é construído. Por meio desse local de destinação final o controle de chorume e gases tóxicos é feito, evitando a contaminação da natureza.
Os aterros sanitários são uma alternativa de substituição dos comuns lixões, que, no Brasil, deveriam encerrar seu funcionamento até 2014, de acordo com a PNRS. O objetivo não foi alcançado, porém a expansão dos aterros é um ponto positivo.
Já os aterros controlados tem a finalidade de receber resíduos de serviços de saúde (RSS), que incluem resíduos de instituições de saúde humana e animal. Eles também são uma opção para garantir a proteção ambiental e humana pela periculosidade dos resíduos da área.
Apesar dos aterros sanitários corresponderem a 52% dos locais de destinação final na América Latina, é possível encontrar outras soluções que contribuam ainda mais para uma destinação ideal dos resíduos orgânicos, que são a maioria da região.
A compostagem é uma alternativa para o reaproveitamento dos bio resíduos, contribuindo também para a reinserção desses resíduos no ciclo econômico como novos produtos.
Um empecilho encontrado, no entanto, é que essa iniciativa exige um processo de coleta seletiva bem estruturado e eficiente, em diálogo com a PNRS.
