Realizar o descarte ideal dos resíduos sólidos é essencial para diminuir o impacto que eles causam à sociedade e ao meio ambiente.
Para as gerenciadoras de resíduos, é importante levar em consideração as indicações da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) para destinação dos resíduos coletados a partir da sua área de produção.
De acordo com o relatório do What a Waste 2.0, do Grupo Banco Mundial, a América Latina tem como 5 tipos de resíduos mais expressivos a seguinte lista:
- resíduos orgânicos;
- outros;
- papel e papelão;
- plástico;
- vidro.
Esses materiais demandam diferentes tratamentos e locais de descarte, de acordo com sua capacidade de reaproveitamento. Neste artigo, iremos discutir as opções de reciclagem, compostagem e destinação aos aterros sanitários.
Reciclagem e seu grande trunfo: a economia circular
Nossa dinâmica de consumo exige, em um âmbito pessoal, empresarial e governamental, ações para diminuir o impacto que os materiais que compramos tem no nosso planeta.
A aquisição é, muitas vezes, barata, mas as consequências custam muito a todos. Por isso, materiais recicláveis — como papéis, papelões, plásticos, vidros e metais — devem ser inseridos em uma cadeia de reaproveitamento.
Esse tipo de reaproveitamento é importante para fortalecer a economia circular, que garante às gerenciadoras, por exemplo, a possibilidade de venda de matéria-prima para a reinserção deles na cadeia de produção e consumo.

De forma simples, o processo de reciclagem irá gerar resíduos, a serem descartados de acordo com suas características, e matéria-prima. A partir da venda dessa matéria prima, ela irá passar pelos processos de design, produção e comercialização.
O ciclo de consumo é uma etapa que acarretará na destinação do resíduo à reciclagem novamente, comprovando a dinâmica circular.
Atualmente, de acordo com a pesquisa do Banco Mundial, cerca de 5% dos resíduos da América Latina são reciclados após o consumo em comparação a 13,5% dos resíduos globais.
Ampliar a reciclagem no Brasil é uma oportunidade para gerenciadoras e empresas que irão tornar rentáveis os resíduos após seu tratamento e, consequentemente, irão minimizar os impactos que eles têm em nosso país.
Compostagem: a solução para o reaproveitamento de resíduos orgânicos
A maior parte dos resíduos gerados na América Latina são orgânicos, ultrapassando metade dos resíduos com a porcentagem de 52%.
A melhor alternativa para reaproveitamento dos resíduos é a compostagem, um processo que transforma restos orgânicos em adubo por meio do processo de decomposição das substâncias.
A técnica conta com a decomposição devido à presença de bactérias e fungos e já é praticada há muito tempo por agricultores como forma de reciclar os resíduos orgânicos, como restos de alimentos, vegetais, cascas de ovos e muitos outros.

A ação gera matéria-prima para a área da agricultura e, diferente dos aterros, essa opção interfere na produção de metano, gás que aumenta o aquecimento global e nos prejudica diretamente por essa consequência.
No Brasil, a maior parte dos resíduos é destinada a aterros sanitários, lixões e aterros controlados, de acordo com os dados do SINIR. As duas últimas opções são prejudiciais ao meio ambiente e aos seres humanos pelos gases e líquidos poluentes gerados.
Essa alternativa tem um grande impacto direto e pode evitar a poluição dos solos e das águas.
Quais a importância dos aterros sanitários?
O Brasil está em busca do fechamento de lixões em atuação através do programa Lixão Zero. Até o momento, o governo brasileiro fechou cerca de 25% dos lixões do país.
O programa tem como objetivo a redução de resíduos na fonte geradora, a ampliação da destinação final ambientalmente adequada de resíduos sólidos urbanos, a geração de energia a partir dos rejeitos, o fortalecimento da gestão municipal e consórcios públicos intermunicipais e, por fim, a sistematização das informações sobre a gestão dos resíduos sólidos.
De acordo com a Política Nacional dos Resíduos Sólidos a destinação final de resíduos sólidos ocorre “depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada”.
Para que a disposição ambientalmente adequada seja realizada é necessária a presença de espaços pensados para isso. Os aterros sanitários têm um papel fundamental no cenário dos resíduos brasileiros.
Em 2019, cerca de 74% dos resíduos sólidos e rejeitos foram destinados aos aterros sanitários do país. Mas, afinal, por que essa alternativa tem um menor impacto ambiental?
Os aterros sanitários são projetados para evitar que a poluição afete o solo, as águas e o ar por meio da estrutura impermeabilizadora e da captação dos poluentes produzidos na decomposição.
A construção afastada dos espaços urbanos contribui para diminuir os impactos causados pelos rejeitos. Já a impermeabilização e o sistema de drenagem são pontos importantes para evitar a poluição do solo e dos lençóis freáticos, impedindo que o chorume contamine o meio ambiente.
Além disso, os aterros sanitários contam com estratégias para captação do biogás, que pode, em alguns casos, ser utilizado na produção de energia. Claro, com o monitoramento constante para garantir que o limite de resíduos não seja atingido e que não haja nenhuma forma de contaminação.
Essa terceira alternativa apresentada neste artigo é essencial para a área de gerenciamento de resíduos sólidos por apontar o comprometimento e posicionamento das empresas com a destinação final adequada.