Tradução do MIT Sloan.
Por que isso importa – Quando se trata de empresas sustentáveis, os líderes devem considerar metas significativas, preferências do consumidor e a parceria de gerenciamento e tecnologia.
Mudanças climáticas, conflitos e COVID-19 estão expondo países e empresas à realidade de como suas cadeias de suprimentos podem ser instáveis diante de interrupções globais. Essas disrupções também destacam a importância da sustentabilidade empresarial e as oportunidades econômicas e a estabilidade que a acompanham.
Em um webinar apresentado pelo MIT Sloan Global Programs e pela Queensland University of Technology Business School, o professor do MIT Sloan, Roberto Rogobon, e Sagadevan Mundree, da QUT, delineou três considerações para líderes que desejam construir uma empresa sustentável.
“É sobre pessoas, é sobre parcerias, é sobre os produtos” – ou seja, a origem dos bens e serviços que preocupam os consumidores, disse Mundree, diretor do Centro de Agricultura e Bioeconomia da QUT.
Aqui estão três tópicos.
As empresas precisam definir metas significativas e medir a si mesmas
As partes interessadas se preocupam com questões ambientais, sociais e de governança. O mau comportamento relacionado a essas questões têm um custo, disse Rigobon. Pode não ser imediato, mas eventualmente os maus atores terão que pagar.
“Estamos em um estágio em que temos que pensar em como nos medir”, disse Rigobon. “Pense sobre quais são as melhores práticas em suas indústrias e nas indústrias que pensam sobre todas as questões com as quais nos preocupamos como sociedade.”
Escolha sete dessas questões e práticas para focar, não 64, disse Rigobon. Em seguida, force a revelação. Certifique-se de que todos em seu setor sigam essa divulgação, porque é assim que as agências de classificação ESG poderão avaliar adequadamente as empresas.
Falando para o público em Queensland, na região nordeste da Austrália, Rigobon explicou que com a urgência de escalar a mineração em todo o mundo para coletar metais como lítio e cobalto – que são necessários para os esforços de descarbonização – os líderes do setor de mineração da Austrália precisam decidir sobre as melhores práticas e divulgá-las. Dessa forma, os consumidores podem comparar as práticas de mineração do país com as dos concorrentes. Embora as melhores práticas da Austrália possam ser mais caras, “você será visto como responsável”, disse Rigobon.
As preferências do consumidor estão influenciando os mercados
As pessoas estão cada vez mais informadas sobre fontes e ingredientes, principalmente quando se trata de alimentos.
“O consumidor está se tornando bastante consciente dos perfis nutricionais, e as alegações feitas sem serem validadas por organizações legítimas não são simplesmente aceitas”, disse Mundree. “Seja geracional [ou] acelerado pela pandemia, existe aquela economia comportamental que está realmente orientando e influenciando o que realmente está sendo oferecido aos nossos consumidores”.
A internet e a tecnologia também ajudam a fornecer informações importantes para os consumidores, disse Rigobon. Agora, quando alguém quer saber se o café que está comprando é orgânico, provavelmente existe um verificador online que pode fornecer a resposta.
Ou considere uma empresa que polui excessivamente ou gera resíduos. Embora o “crime” possa não ser tão binário quanto usar trabalho infantil para fazer roupas, Rigobon disse, “comportar-se como um idiota tende a ser uma estratégia ruim”.
Se esses comportamentos forem divulgados, alguns consumidores ainda podem comprar esses bens ou serviços, disse Rigobon, mas “alguns decidirão não comprar, e isso é uma perda permanente para as empresas”.
Empresas sustentáveis precisam de gestão e tecnologia
Quando se trata de sustentabilidade, o governo e as empresas do setor precisam entender que há consequências em seu comportamento. É aí que tanto a gestão quanto a tecnologia entram em ação.
“Não acho que alguém possa realmente resolver o problema apenas com um”, disse Rigobon. “No COVID, o bloqueio é gerenciamento, a vacina é tecnologia e, em seguida, as mudanças na prática sobre nosso comportamento – isso é gerenciamento.”
Em Bangladesh, a qualidade da água é baixa e requer várias rodadas de filtragem para atingir a potabilidade. Mas também é um país que produz muito arroz, disse Mundree.
“Poderíamos pegar todas as cascas de arroz, convertê-las em carbono semelhante ao grafeno” – que por sua vez pode ser usado para filtrar contaminantes de fontes de água – “e de uma só vez criar água potável”, disse Mundree.
Isso significa acesso à tecnologia, disse Mundree, mas também um investimento em vários níveis – não apenas de corporações, mas de governos priorizando e garantindo financiamento para pesquisa e desenvolvimento.
“Precisamos de uma liderança forte”, disse Mundree. “Precisamos pelo menos estar no mesmo horário e traçar as metas. Eles podem ser aspiracionais, mas pelo menos sabemos que estamos realmente caminhando para lidar com eles.”
